segunda-feira, 18 de abril de 2011

Alcobaça

Alcobaça é uma cidade banhada pelo rio Alcoa e pelo rio Baça. Em relação à origem deste nome, várias possibilidades são apontadas: a primeira é que o nome Alcobaça advém da junção dos nomes destes dois rios, a segunda é que do nome de Alcobaça denominou os nomes destes dois cursos de água e a terceira vem do facto deste nome ser árabe, composto do artigo al ("o") e de cobaxa ("carneiros"), devido à semelhança dos pequenos montes (ou outeiros) com carneiros. Enfim, são várias as hipóteses colocadas, as quais não se ficam por aqui...


Fachada principal da igreja

O Mosteiro de Alcobaça ou Real Abadia de Santa Maria de Alcobaça começou a ser construído em 1178, resultante da doação das terras (1153) de D. Afonso Henriques, após conquista de Santarém aos Mouros, ao Abade de Claraval, o grande impulsionador da ordem religiosa de Cister. Por verdadeira demonstração de fé ou o urgente reconhecimento do reino Portucalense?

A verdade é que o primeiro rei Português transformou aquela terra numa região fértil e criou um dos mais belos edificios góticos do país. As primeiras aulas públicas em Portugal foram dadas aqui!




Com 220 m de comprimento e dividido em 3 partes: a igreja, a ala norte e a ala sul. A igreja é um espaço grandioso e austero com mais de 20 metros de altura!

Aqui também se encontram os esplenderosos túmulos esculpidos de D. Pedro e D. Inês, em memória da sua trágica história de amor. O infante D. Pedro apaixonou-se por Inês de Castro, aia da rainha D. Constança (esposa de D. Pedro) e nobre galega, executada em 1355, em Coimbra, por ordem do rei D. Afonso IV (pai de D. Pedro). As bases da arca são os bustos dos 3 assassinos e no topo a escultura de Inês está rodeada de 6 anjos (invulgar no século XIV).  Depois de Inês ter sido assassinada, D. Pedro enlouqueceu e proclamou-a rainha, apesar de morta. Nos túmulos estão gravados a seguinte frase: "Até ao fim do mundo" (arrepiante!).





Desde 1910, este convento é monumento nacional, tendo sido eleito como uma das setes maravilhas de Portugal e classificado em 1989 pela UNESCO como património mundial!

Nesta maravilha de Portugal pode-se ainda encontrar: a capela de S. Bernardo, o panteão (edifício neo-gótico para guardar os túmulos medievais da realeza), a sacristia nova, sala dos reis (estão lá colocadas estátuas dos reis, à excepção dos da dinastia Filipina, e uma série de azulejos que conta a história da fundação do mosteiro), claustro de D. Dinis ou do Silêncio (os monges passavam a maior parte do tempo em silêncio e comunicavam muitas vezes por gestos), sala do capítulo, dormitório (com quase 67 metros de comprimento), sala dos monges, cozinha (tem uma enorme chaminé barroca revestida por azulejos), refeitório, capela do desterro, uma série de santos e anjos esculpidos e um lindo jardim.

O preço da entrada é de 6€, à excepção da entrada gratuita ao Domingo de manhã.


Chaminé da cozinha
Refeitório

Jardim do Convento

Comprei e provei alguns dos bons doces conventuais: Diário D. Inês, Segredos D.Pedro, Ovos Paraíso, Manjar dos Deuses, Toucinho do Céu Fatiado, Torrão Abadessa Cornucópias de Ovos moles na Pastelaria Alcôa.

Mas a região de Alcobaça além de ter um belo convento, muita história (por exemplo: a padeira de Aljubarrota, a nossa Joana d' Arc Portuguesa),  boa doçaria, bons tecidos (chita, um tecido barato e muito colorido), bom vidro (Atlantis) e louçaria, bom calçado (Benedita), bons grupos de música (The Gift, o pioneiro e um dos mais conhecidos da região, em música pop) e deliciosa fruta (quem não ouviu falar das maçãs de Alcobaça),  tem muito mais para ser descoberta...


"Quem passa por Alcobaça
não passa sem lá voltar
por mais que tente e que faça,
é lembrança que não passa,
porque não pode passar..."

 Silva Tavares em "Canção de Alcobaça"



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